13o dia de viagem: Ushuaia a Paso Bellavista (270 km)

Que historia a de hoje.

Rota no link: http://goo.gl/maps/aJnId

Antes que se perguntem, ficamos bastante tempo sem atualizar o blog porque estivemos por quase 3 dias numa fronteira, sem telefone. A energia era por gerador, eolica ou lenha pra esquentar...a historia é fenomenal!

Saimos por volta das 9h de Ushuaia, o tempo estava excelente, sol e tudo...a paisagem muito bonita no caminho ate Rio Grande, ainda na Argentina, uns 200km.

Abastecemos e voltamos 10km para pegar a Ruta B. É esse o nome mesmo.

Andamos nessa ruta de ripio uns 80km ate chegar a uma fronteira com o Chile, era o Paso Bellavista. A travessia seria feita por um rio, na agua, com fundo de ripio. E este é o caminho oficial do paso, é rodovia que consta do mapa, nada de 'programa de indio'.

Fomos muito bem recebidos, o policial (gendarmeria) nos levou ate a beira do rio para vermos por onde atravessar e ele nos disse que pouco tempo atras um alemao havia atravessado com uma caminhonete e daria certo. Havia tambem um senhor da Aduana, ja velhinho, prestes a se aposentar.

Fizemos a burocracia de papeis e tiramos fotos com eles, mas quando iamos sair comecou a chover, e granizo.

Entao nos convidaram para entrar no alojamento e tomar um cafe.

Entramos e ali estava bem gostoso, havia calefacao. La fora estava entre 8 e 14 graus desde de manha. Foi um alivio.

Batemos papo e logo seguimos.

Chegando ao rio, fui na frente e a moto tombou com a correnteza. Era bem forte e na parte mais funda nao deu para aguentar. A frente dela saia de lado e era levada pela correnteza.

Logo mais aparece o Roberto e o guarda para me ajudar a levantar a moto e seguir.

Porem, com o fundo de ripio, mesmo com o controle de tracao desligado, a roda traseira rodava e so cavava buraco. Entao o guarda e Roberto foram puxando a moto pelo protetor de motor na frente. A traseira quase afundada ate o bau...mas no fim consegui sair da agua.

Deu muito trabalho e foi muito cansativo, fora que fiquei todo molhado, luvas, botas, calca...

Agora a vez do Roberto. Comecei a gravar com a gopro, mas ele tambem tombou a moto. Fomos ajudar, mas a dele tombou mais que a minha e depois nao ligava mais. O painel funcionava, mas nao dava partida.

Entao arrastamos ela ate a margem e deixamos secar.

Enquanto isso fui ate a imigracao no Chile, eram 4 casas numa barreira, todas das familias dos rapazes que trabalham la, um guarda, um policial de imigracao, um inspetor aduaneiro e um inspetor fitosanitario.

Cheguei e estava tudo fechado, dai eles sairam de uma das casas que era o escritorio.

Pediram o passaporte e eu fui tirando as jaquetas ate acha-lo.

Eles preencheram os papeis e ate ofereceram um varal para secar a jaqueta que tava molhada porque comecava a chover.

Imigracao feita, falei que tinha mais um amigo no rio que a moto nao ligava.

Depois voltei ao rio e vi que o Roberto havia aberto as caixas de fusiveis e estava tudo encharcado, secando as partes com eletronica.

Entao recomecaria a chover e voltei ate a barreira chilena para ver ate que horas funcionaria.

Logo que cheguei perguntaram pelo Roberto e disseram que iriam busca-lo.

De repente havia 2 caminhonetes, todos de jaqueta e com uma pa, prontos para ir. Comecou a chover novamente.
Chegando la a primeira (nissan) caminhonete atolou no ripio a beira do rio, onde é molhado.
Depois a segunda (S10 nova) foi tentar tirar essa com um cabo e tambem cavou um buraco, estava quase atolada.
Nessa hora tinhamos uma moto que nao ligava e 2 caminhonetes atoladas.
Desatolamos a S10 e tentamos desatolar a Nissan puxando por tras. Depois de muitas tentativas saiu do buraco.
Entao pegamos a moto e colocamos num barranco para colocar na cacamba da Nissam. Depois de amarrada viemos ate o posto de imigracao e o Roberto fez a papelada.
Enquanto escrevi essa historia estou descalco e as meias, luvas e botas secam ao lado da lareira e estamos todos assistindo filme do Batmam. O guarda escreve a historia toda no seu Livro de Ocorrencias e nos torcemos para que a moto do Roberto seque no sol.
Continuando a historia... Pouco depois de escrever a parte seguinte...
Mais tarde nos ofereceram uma casa para ficar, era a 1a da vila, um centro de atencao ao imigrante, que estava desativado porque o telefone havia que imado. Acendemos a lareira (na lenha, como escoteiros!) e jantamos as linguicas trazidas da Alemanha pela prima do Roberto. Estavam excelentes! 3 para ele e 3 para mim. Foram esquentadas sobre a lareira no seu proprio pacote.
Dormimos, a lareira apagou de noite e tivemos que reacender umas 3 vezes.
Esse dia foi dificil, frio, agua, forca para tirar a moto da agua, cansativo...mas surpreendente pela recepcao que tivemos nas duas imigracoes, saida da Argentina e entrada no Chile.
Nao percam os proximos posts!
Fotos abaixo:


A vista é show ein!






Lago....esqueci o nome. Fagnano. Isso, Lago Fagnano.



Tá gostoso dirigir às 9h da manhã com 9 graus... e nadar então? E levantar moto de 300kg na água?

Delícia!









Mal imaginava o que viria...foto no lago.






Mais laguinho...






Moto embarcara pronta pra ser levada.






Olha quantos enchufes!






E aí, que tal uma caminhonete da polícia atolada? Light.... facinho tirar dali. Levou uns 20 minutos só.






Mal esperava o Robertinho com suas luvas de smurfs.







Olha a galera depois de embarcar a moto.

Frio de chuva por vir.


Abaixo, fotos da gopro.






Rio light, tem ponte...






Olha Robertinho murchando os pneus.






Mais rio com ponte...estavam chegando ao fim esses.






Ruta florida...






Chegando a alguma instância.






Roberto e seu traje colorido.




É possível observa-lo do google maps...podem entrar. Nesse instante estamos em Puerto Natales, perto da igreja.






Chegando a imigração, essa era a fronteira Argentina.



Placa...rio...tudo light




Rio bacana!



Olha a cara do cidadão brigando com a câmera no p. sol que fazia...

 Ruta de rípio, da câmera do Roberto.

Hotel Antartida, em Ushuaia, na saída. Os rapazes da recepção eram muito legais, inclusive o china que era dono do hotel, uma figura.

 Mais rípio.

 Caminhonetes atoladas...vejam só.

Antes de atravessar a fronteira olha o Luís e o pessoal da Argentina, o senhor da Aduana e o rapaz da Gendarmeria.

Agora o Roberto e sua blusa ofuscante...