14o dia de viagem: Paso Bellavista (0km)

Ficamos na fronteira esta noite, no paso bellavista, do lado chileno.

Nada da moto funcionar.

Acordamos cedo e a primeira pessoa la fora era Ramon, um funcionario da empresa que estava instalando o sistema de energia eolica para algumas casas da vila. Bem pequeno o 'catavento', mas o suficiente para 2 casas. Ja havia um la, de fabricacao chinesa e agora estavam instalando um de fabricacao americana (ou o contrario acho...).

Ramon veio de Santiago apenas para este servico, quase 5mil km. Um baita role. Ele nos ofereceu cafe e pao, uma delicia naquele frio. Ficamos muito agradecidos.

Pouco depois dos outros acordarem tentamos ligar a moto novamente e nada...

Haviam ido buscar lenha em algum lugar ali perto e voltaram com a cacamba de uma caminhonete cheia. Pena que quando chegaram a vila o pneu da caminhonete comecou a muchar. Estava furado. E nessa hora adivinha quem entrou em acao? A equipe de gomero ambulante. Hehehem isso mesmo. Eu usei o kit de reparo com macarrao para tapar o furo e o Roberto o seu compressor para inflar o pneu. Todos ficaram suspresos com a facilidade e praticidade do sistema. Aproveitaram e encheram outros pneus, calibraram, etc...ate a bicicleta teve pneus cheios e com pressao adequada!

Pouco depois o Roberto foi com a minha ate o posto policial uns 14km mais a frente, onde tinha internet.

Levou bastante tempo. Enquanto isso fiquei na vila. Nao passava ninguem na fronteira. Chegou a esposa do carabinero Patricio com seu filho Augustin. O muleque é a cara dele...

Almocamos, vimos um filme na TV, la mujer con el dragon tatuado....que em portugues o Roberto diz ser 'O homem que nao amava as mulheres'.

Almocamos pizza que as esposas de Fred e Italo fizeram, deliciosa. Bem diferente da nossa, massa mais grossa, cobertura e quadrada, bem grande, com queijo, linguica e legumes.

Todos se unem para comer. Todas as 3 familias, agregados e visitantes.

Pouco depois Roberto chegou. A info nao era boa, a Porto Seguro so seria acionada em caso de sinistro, e como nao foi um sinistro, estavamos 'solos'.

Pouco depois apareceu Patricio, dessa vez do SAG (Servicio Agricola Ganadero), de controle fitossanitario e muitas outras coisas mais.

Com ele veio o Russo, que no fim da viagem descobrimos que se chama Gabriel. O sobrenome é russo e de longe nao saberia nem escrever nem falar.

Fomos desmontar a moto para ver o que era, trocamos algumas pecas entre a minha e a dele para tentar descobrir o que era e nada...

O Patricio/SAG dizia ser problema nas velas, e neste caso notei que precisariamos rertirar o tanque de combustivel e seca-las.

Mas tambem nao tinhamos as ferramentas necessarias e nao seria uma boa ideia fazer isso la sem um mecanico.

Entao o Patricio/SAG nos disse que no dia seguinte iria a Porvenir, a maior cidade da parte chilena na Tierra del Fuego e la poderiamos encontrar mecanico, bem como no caminho, ou levar a moto por balsa ate Punta Arenas.

Pois bem, sugestao aceita! Ai era so aguardar.

Vimos mais um filme de tarde, dessa vez nao lembro qual era...

Neste dia novamente todos se reuniram para jantar. A casa do Ulisses era o 'point'. E que jantar! Dessa vez o prato foi Guanaco. Isso mesmo, Guanaco, aquele bixo que anda solto aqui.

As esposas de Fred e Italo estao de parabens! O prato estava delicioso!!!

Jantamos e ficamos na mesa bebendo vinho chileno, Gato Negro. Eles comecaram a tomar suas bebidas, wisky com refri, run com vinho, vinho com suco...tudo misturado, depois nao sabia nem mais quais eram as misturas. Ate leite tinha na mesa. Pisco tambem veio! Bem forte, nao pisco sour, que é como nossa caipirinha.

Bebemos e conversamos, contamos historias, falamos sobre os paises, culturas, experiencias de todos e nem me lembro a que horas fomos dormir. Ja devia ser umas 2 da madrugada.

Dessa vez dormimos em colchoes que nos ofereceram. Pena que eu esqueci meu saco de dormir na moto e nao tava muito afim de sair no frio para busca-lo. Me arrependi, pois passei frio no pe de noite quando a lareira apagou.

 Jantamos guanaco e depois bebemos!

 Como dito, tinha até leite na mesa.

 Agora sem flash...

De manhã lá fora....olha a "vila".

A vila tem 5 casas. Uma pra cada família, uma dos operários que instalavam o gerador de energia eólica e uma era o centro de visitantes (vulgo nosso barraco).

Alá de novo...

 Esse era o nosso barraco.

Mais uma vez....todas enfileiradas.

Minha motoca estacionada.

Essa é a nossa sala, os sacos de dormir eram estrategicamente alocados no chão. Perto da lareira, é claro.

Olha a lareira ali... sobrou uma madeira.

Moto e plaquinha atrás...