quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

29o dia: Las Varillas a Uruguaiana (670km)

Acordei e estava bom o tempo. Sol, logo cedo.
Arrumei as coisas e sai.
No hotel troquei os últimos 50 dólares que tinha. Renderam 250 pesos argentinos.
Paguei os 110 do hotel e ainda sobrou algo para abastecer.
No hotel também mora a Beatriz e seu marido, donos do local. Tem uma Kawasaki 650. Conversamos bastante e fui...
Andei uns 70km e no meio de uma cidadezinha um carro começa a dar sinal, piscar lanternas... passei ele e depois colaram em mim no semáforo.
Achei que fosse algum maluco que queria me dar algum aviso, mas nada...era uma equipe de reportagem, pediram para eu encostar logo em seguida para dar uma entrevista. Ok, vamos lá.
Parei num posto YPF. Eles me disseram que receberam a notícia de que havia na cidade um motociclista andando com uma câmera no capacete, então saíram à busca. Me acharam atravessando a cidade.
Que engraçado, faziam uma matéria sobre turismo e me entrevistaram.
A entrevista deveria sair no noticiário local (o qual não temos acesso, naturalmente, pois é TV local, de San Francisco), mas também vão colocar na internet.
O site é http://www.radiocanal.com.ar/
Vou acompanhar e quando ver aviso vocês para me verem arranhando espanhol, hehehe.
Dia de fama, tomei café no posto e segui viagem. Fazia muito calor. Alrajor de Óreo é uma delícia, provem o dia que puder.
Um café e 2 media lunas dulces.
Barriga cheia, vamos à estrada.
Andei 50m e cruzei para a província de Santa Fé.
Havia deixado a província de Córdoba, que a partir de hoje reconheço como "A região das borboletas". Elas são lindas, maravilhosa, bla bla bla...mas elas explodem no meu capacete e no corpo. Não lembro nem quantas explodiram e lambusaram tudo a viseira. Cansei de lavar e limpar com a mão (estava com luva, ok). Mas a região é bem bonita, sendo que essas borboletas devem "trabalhar" na polinização da região, que é forte na agricultura.
Parei numa cidade e abasteci. Aproveitei e mandei 2 picolés de morango (frutilla aqui).
Segui viagem, fazia calor... andei, andei, andei....muito.
Parei num posto e ? Mais picolé. Enchi o tanque, comprei um adesivo da Ruta 40, e usei meus últimos pesos. Depois só sobravam moedas.
No km 302 da rodovia 127 da Argentina, após ter rodado 29 dias, totalizando mais de 12.000 km, um guarda filho da puta (com todas as letras) veio pedir propina.
Pedia "colaboración para el puesto", mostrando que o posto/escritório deles estava em más condições. Ele olhou a câmera e foi para o outro lado da moto. Dei uma de joão sem braço e fiz que não entendi. Ele estava armado e sem o nome na camisa. Perguntou se não tinha "reales" e ficou fuçando na bagagem, mas não fez nada. Queria encher o saco e perguntou pela carta verde, também dei uma de joão sem braço, até porque tenho ela e estaria dentro do baú, que ia levar um tempão para abrir.
Ao fim, não dei nenhuma moeda e ainda avisei a ele que não entendia bem espanhol (mas entendi tudo muito bem) e dise que um guarda "pedir colaboración" no Brasil equivale a pedir propina e não deveria fazer isso, pois mancha a imagem do país dele.
Cagou e andou.
Bem, depois de 12.000 km andados nenhum guarda pedir um centavo seria impossível não? E foi acontecer onde? Argentina, km 302 da Ruta 127. Tem um posto policial. Se passarem por lá, pela região toda, estejam espertos e com documentação em dia. E naturalmente não dê um centavo. Na próxima gravarei tudo.
Segui viagem, meio puto...mas faz parte.
Ao chegar na fronteira perguntei onde poderia reclamar sobre isso, mas era burocrático, pois o guarda era provincial (tipo polícia estadual) e o controle de fronteira é tipo uma polícia federal.
Deixei e segui viagem, mas desde aquele posto de guarda todas as vezes ligo a câmera em todos os postos de polícia.
Tanto que na fronteira o guardinha viu a câmera e perguntou se eu estava filmando. Reclamou, falando que era proibido.... bem, proibido o C. dele, o próprio chefe dele há 20m atrás me orientou a gravar as passagens pelos postos policiais, assim na hora de reclamar o cara que pediu propina estaria enrolado.
Bem, com o wi-fi fica fácil gravar. Vamos ver se dá para pegar um guardinha no Brasil querendo dar uma de esperto com o paulista.
Essa foi a parte obscura da história. Depois cheguei a Uruguaiana.
Parei na praça central e liguei o celular, ainda pegou rede da Argentina, talvez role um roaming, então tive que conectar a uma rede manualmente. Deu certo, peguei a Claro Brasil. Achei a Yamaha, há poucos quarteirões de onde estava.
Passei na frente e estava fechado, já eram 19.40h. Dei a volta no quarteirão e achei um hotel.
Parei, tinha lugar, e a moça falou que havia outro motociclista lá. Pensei, que legal neh?
Agora o resto da história vocês verão no vídeo abaixo...

Cheguei em Uruguaiana e olha quem eu encontrei! --> http://youtu.be/s9U5i2BMFKE

Fotos do dia:
gopro:

Tem um túnel que liga Santa Fé a  Paraná na Argentina. Paga até pedágio pra andar no túnel. É como o tunel ayrton senna em sp.
 Primeira placa escrito Brasil! Estou voltando!
 Mais túnel, lado da saída agora.
 Passagem da ponte entre Argentina e Uruguaiana (Brasil).
 Cheguei!
 Primeiro trechinho de Brasil.

2 comentários:

  1. Mas entao o cabra ta ficando famoso huauha
    muito bacana, avisa quando sair a reportagem

    vc ta amando os argentinos kkkk
    claro que tem as exceções mas isso é bem chato

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  2. q da hora, cruzou a argentina em 2 dias! ainda foi muito rsrsrssrrs

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