sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

8o dia: Península Valdes/AR a Caleta Oliva/AR = 721 KM


1) Moto atolada

Assim que acordamos o Roberto já estava pronto. Esse menino acorda cedo e se arruma e depois começa a me acordar, que levo mais tempo.... enquanto isso, em seu tempo livre, Roberto foi dar uma volta na praia, mas atolou a moto nas pedras há uns 10 metros da barraca. Saio pra fora e ele conseguiu desatolar sozinho. Acordou algumas pessoas, mas tudo bem.

10m mais a frente e agora atola na areia. O Mitas é bom, mas não super, pois com aquele peso na garupa fica difícil.

Depois desatolamos e para isso tive que ajudar, e fiquei com areia no bolso, muita areia...voou areia pra todo lado. hehehe

2) Pneus furados

Quando terminei de arrumar minhas coisas e cheguei até ele, que estava uns 100m a frente, vi que mexia com pneu. Estava furando o dianteiro. Esse foi o primeiro pneu furado na viagem.

Usamos aquele reparadores que inflam automaticamente. Bem eficiente, o pneu ficou em uma pressão boa e retomamos a viagem até a cidade de Puerto Piramides. Era rípio até lá e quando acabou o rípio paramos. O pneu mantinha uma pressão boa. Então seguimos até Puerto Madryn (link mapa), cidade maior que seria mais provável achar borracharia.

Chegando lá, paramos na "gomeria" e o gomero se chamava Jorge. Foi da armada naval argentina e visitou o Brasil em 1997 para fazer exercícios militares com os nossos fuzileiros navais.

Gente boníssima, me indicou 2 lojas de motos onde poderia procurar pneu. Fui até lá enquanto o Roberto procurava o que havia furado o pneu dele.

Fui às 2 lojas e nada...pneu desse tamanho, nem sonhando.

Seguimos então até Trelew, uns 60km mais a frente.

Chegando no posto lá o que acontece? Fura o meu pneu de trás. Foda, mas faz parte.
Parei, confirmei e perguntei onde era a próxima gomeria. Andamos uns 500m e achei a gomeria. Mas o cara não trabalhava com reparo rápido, só vulcanização. Pois bem, hora de colocar o nosso kit de 25 reais de reparo tipo macarrão pra funcionar, aquele que compramos na General Osório em SP.

Pneu consertado, cheio novamente, seguimos viagem, mas antes, uma passa na Yamaha.

3) Sem pneus novos...

Chegando lá, adivinha? Fechada para o almoço e abriria somente às 17h. A oficina, que era de outro dono, estava aberta. O Daniel da oficina foi muito gentil e nos indicou as próximas Yamahas no caminho, 2 m Comodoro Rivadavia, 1 em Rio Gallegos e mais uma em Rio Grande. No Ushuaia não tem, mas já antecipou que na Argentina seria difícil, então recomendou pegar em Punta Arenas, no Chile.

Pois bem, seguimos viagem até Comodoro Rivadavia. No caminho o Roberto parou, tomei uma Quilmes (cerveja - não me recriminem, estava muito calor e aqui o que não tem é polícia...e uma cervja só nem fez efeito)

4) Falta de gasolina

Galera, eu passei um apuro com gasolina. Nesse posto que tomei uma cerveja o Roberto absteceu a dele, pagou caro na gasolina, mas tudo bem. Como há 65km mais adiante haveria outro posto, não me preocupei. Chegando lá o que encontramos? Filas de carros e falta de gasolina. Só tinha diesel. Bem, ainda bem que o tanque do Roberto estava cheio. Problma: como tirar gasolina de um tanque para o outro sem mangeira? Moto não é como uma caixinha de leite longa vida que da pra virar de ponta cabeça. Então dei uma volta no posto e atrás do prédio havia uma dessas mangueiras de jardim. Peguei 1 metro emprestado e até agora esqueci de devolver. A mangueira era verde, amarela e branca, com essa cor era para ser de quem?

Seguimos viagem, nem abasteci a minha e fui com a mangueira no baú caso precisasse de combustível d Roberto.

A moto vem fazendo média de 19 a 22km/litro. 19 com muito vento, 22 com tempo bom. Às vezes faz 23...23,4, mas para isso preciso andar a 100-90. O que às vezes é bom, porque descansa. Mas desta vez eu precisava andar 190km com apenas ¼ de tanque.
Como fazer esse milagre?

Bem, alguns km mais adiante já estava com media de 23,5 quando colei em um caminhão e passei a andar atrás dele. Como aqui a rodovia tem retas intermináveis e pouquíssimo movimento, segui atrás dele por vários KM. Zerei a média de consumo para ver o efeito...acreditem, subiu de 22 para 37km/litro. Isso mesmo, o vácuo do caminhão mais a rotação a 2000 giros/minuto com velocidade entre 85-93km por hora (era essa a velo do caminhão) fez a minha média de consumo quase dobrar.

Era bem tranquilo, pois o freio da moto, com o peso dela, é mais eficiente que o do caminhão. Assim era necessário ficar esperto com o olho bem aberto e ao menor sinal de uma luz vermelha, pisar no feio e apertar o manete.
Resumo da historia: andei uns 90km atrás do caminhão há 3-5m dele com a mão no freio e o pé no freio, prontos para serem acionados, o que não foi necessário, pois aqui não há movimento.

Chegamos a Comodoro Rivadávia e logo ali havia um posto da Petrobrás. Enchei o tanque e seguimos viagem.

Essa região de Comodoro é petrolífera, então as rodovias são bem movimentadas e faz bastante calor, bem diferente do restante. Há também uma série de montanhas, com clima meio desértico, porque não há floresta, nada...

Chegando a Coleta Oliva não achamos o camping indicado pelo GPS do Roberto, no lugar havia um estacionamento de um posto Petrobrás (a Petrobrás domina aqui, pois na cidade parece que tem uma refinaria deles, algo assim).

Então voltamos uns 500m até um hotel que vimos numa rotatória. Quando eu entrava no hotel saía um senhor, de roupa de moto, dizendo: hola, buenas... e eu respondi o mesmo.

5) Encontramos Edgard

1 minuto depois volto lá fora e o cara é de SP, mora em Santana, zona norte e estaria indo ao Ushuaia encontrar com a esposa que vai de avião e depois volta com ele de moto. Ele viajava sozinho, então sugerimos que fosse conosco, já que estávamos em uma tocada tranquila. Sugestão aceita, nos encontraríamos no dia seguinte lá pelas 8/ 8.30h no hotel.

Desmontamos as coisas, entramos no quarto, lavamos roupa, subimos para jantar e mandei bala numa mariscada e frutos do mar. Show de bola. Excelente, muito bom... fotos abaixo. O vinho malbec desceu feito água. Por sinal tomam vinho e o trazem acompanhados de um baldinho de gelo pra colocar no copo mesmo. Assim o vinho fica mais gelado, pois ele é armazenado a temperatura ambiente aqui. Boa ideia. Todos os lugares são assim aqui e isso não é nenhum crime, na verdade é uma “mania” local.

Tudo ok, sono e caminha...

Esse é o super bonder local, chama "la gotita". O capacete caiu no chão e o pezinho da gopro quebrou, então precisava de algo pra colocar.
 Já coloquei essa foto da minha janela de hoje cedo? Olha só que legal a praia deserta...

 Essa eu esqueci onde é, hehehe
Olha o causador do dano no meu pneu. Kit da General Osório funcionou muito bem German, mas o compressor do Roberto acabou queimando o fusível da tomada 12v da moto dele, por isso parei na borracharia. O ar custou 2 pesos.

 Os guanacos são bons em pular as cercas, mas nem sempre da certo...

 Bonito o céu aqui, não?
 Algum rio de degelo que atravessamos.

 Mais céu...
 Curtiu?
 O amanhecer na praia semi-deserta...

Belo amanhecer...

4 comentários:

  1. Caraca, 2 pneus furados no mesmo dia!
    Agora soh nao entendi o fator coxa q primeiro busca gomeria, depois usa o kit de macarrao... VIRA HOMI RAPÁ! Ajoelha e remenda em 5 minutos... Ate compressor vcs ja tem, po.
    Buen viaje...

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  2. Kkkkkk!!! Adoro os posts ai de cima!!!!

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  3. German, e vc ? ja fez uso do seu famoso kit pato purifique na trip ?? heheheh
    pneu furado eh embassadissimo !! ainda bem q vcs estavam c/ o negocio certo em maos.. imaginem se acontecesse isso no meio da canastra, naquela vez q cruzamos.... ai sim a porca iria torcer o rabo...
    Boa viagem a todos !

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  4. Não tá na hora de trocar esse pneu não?
    Ai não deve ter muitas opções não é? Talvez no Chile...


    Excelentes histórias e ótimas fotos!

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